Cada luz acesa abriga histórias, em cada janela dessa cidade. O que vivem, sentem e sofrem, as pessoas que olham para a ponte? Histórias de amor e separação, estórias infantis, histórias de solidão. Enquanto, à luz de uma luminária, ela folheia um livro sem conseguir se ater às páginas, ele acende a luz da cozinha, à procura do pedaço de bolo que foi para o lixo às três da tarde. Enquanto um pai de família perde o olhar no infinito pensando em salvar a empresa que afunda, outro pai se depara com o olhar dos filhos na sala, enquanto traz a notícia que não gostaria de dar. Enquanto um casal abraçado no chão do banheiro não se conforma com mais uma tentativa frustrada, daqui dessa janela eu fotografo a ponte, enquanto espero a natureza agir no corpo de uma mulher que abriga mais um bebe que daqui a pouco nasce.