Acho muito curiosa – e deliciosa – a energia que fica na gente, impregnada, depois de um parto.
Uma bailarina, foi isso que eu senti. A Ana deslizava, navegava… o Marcelo, era o porto onde ela ancorava. A bailarina não mostra, no semblante leve, a força que está brotando das suas entranhas, se a gente reparar bem, enxerga isso nos pés da bailarina – que tremem -, enxerga isso nas mãos da Ana, quando ela aperta e se aperta contra o peito do Marcelo.
Ana, por dentro vulcão, por fora, brisa.
Lucas chegou misturado em água e lágrimas, sorrisos e abraços, procurando o olhar da sua mãe, reconhecendo o pai. Laurinha logo chegou, para receber o irmão mais novo (a sua cara), cheia de curiosidade e ainda aprendendo a lidar com aquele turbilhão de sentimentos em seu coração de criança.
Eles riram, se abraçaram e ficaram naquele quarto, enquanto eu fechava a porta e me despedia, levando comigo essa brisa, essa leveza e esse amor, como um lindo presente, no dia do meu aniversário.