O Nascimento da Elis – Ana Luiza e Saulo – Karol Felicio Fotografia de Parto

 

Eu ficaria o dia inteiro olhando pra eles… Vendo o dia amanhecer, imersa no amor que o parto transborda.

É como respirar lento e profundo. E encher a alma de prana, de vida.

Para além dos altares e escadarias, para além das procissões, o contato com o divino está no encontro de duas mãos, que ao se entrelaçarem, suas almas também se abraçam. O amor é isso. O amor é divino.

Olhar pra eles e testemunhar o re-encontro, desses que independem do tempo ou espaço.

Conectados, entregues, compatíveis… ah, certamente eu amanheceria imersa nesse amor.

Karol Felicio – Fotopoesia de Parto ❤️

Gratidão, Ana Luiza Brandão e Saulo Azevedo Gonçalves

Equipe maravilhosa:

Frederico Bravim Vitorino
Telemi Flor de Lira
Aline Gusmão Teixeira

 

 

{O Nascimento do Miguel} – Priscila e Leonardo – Parto Humanizado – Karol Felicio Fotografia de Parto

 

Canal, instrumento de manifestação da natureza, quatro elementos, força pulsante, dentro da energia serena que emana dela.

Se você estiver aberto, não passará em vão por ela. Conexão direta com a terra, finca mas não se apega. Quando sopra o vento, sente no rosto, arrepia a todos. Como a água se deixa fluir. E do fogo? Ela não queima, aquece. Com o olhar, sorriso e o abraço mais acolhedor que você poderá sentir.

Eu sabia que não sairia ilesa desse parto. Gratidão, Pri!

{O nascimento do Luca} – Camille & Juliano – Parto Humanizado –

 

É como se os bebês chegassem com uma caixa de presentes imaginária… uma caixa chamada missão.

Luca chegou. Tantos presentes ele vem trazendo… e terá uma vida para entregá-los.

Mal precisou-se abrir o laço. O anunciar de sua vinda já foi ombro, colo e abraço.

Luca permaneceu, como se dissesse, “Confia. Eu vim mesmo pra ficar”. E ficou.

E com ele uma família renasceu. Renasceu em amor, fé, alegria e esperança.

Todo bebê é um pequeno milagre de Deus. Ninguém explica mesmo… Ninguém explica.

Luca, seja essa luz 

 

O nascimento de Alina – Allana & Eduardo – Parto Humanizado – Karol Felicio Fotografia de Parto

Silenciar pra ajeitar as coisas no porão da nossa alma. A gente segue silenciando, pra poder seguir em frente.

Segue organizando – às vezes até entulhando – caixa sobre caixa, em gavetas que a gente já até perdeu a chave. Às vezes tem tanta coisa guardada…

[O grito]

O grito é uma lança afiada que vem estilhaçando silêncios e derrubando todas as caixas, subindo a poeira, arrebentando gavetas e escancarando as portas e janelas.

Grito é liberdade, amor e cura.

Tem dores que urgem serem gritadas, porque às vezes, dentro da gente, não tem nada mais ensurdecedor que o silêncio.

{O nascimento do João} – Parto Humanizado

 

Gente que é feita de sorriso.
Sorriso que transborda. Quando transborda irradia.
Sorrir muda a energia, muda o dia.

Quem tem sorriso na alma não precisa de piada. Sorrir é estado de graça.
E mesmo que não esteja fácil, tem sempre um sorriso estampado na cara
Porque quando a gente sorri, o universo sorri de volta.

Gratidão pelo sorriso que vocês brotaram em mim

O nascimento do Mateus – Mariana – Parto Humanizado

 

Quando a gente deita o pescoço sobre o ombro de alguém,
E quando a gente encosta a lateral do rosto com a lateral do outro…
Quando nossos corpos estão colados e os pés flutuam e a gente não quer que essa música acabe nunca…
É lindo. É uma dança. Uma valsa, um xote, um samba… é o ultimo tango em Paris… É parir!
Sim, para a Mariana parir é dançar aquela música que a gente não quer que acabe. É tão especial

O nascimento do Pedro – Thamires e Felipe – Parto Humanizado

 

Mar calmo, vento leve, fogo brando… Thamires.
Não carrega mais a ansiedade e os exageros das mães de primeira viagem. Já se livrou do excesso de bagagem. Tem a serenidade e doçura na medida certa. Guarda sua família debaixo das asas, como uma velha matriarca, por trás do seu rosto de menina.
Viveu seus prodromos enquanto cuidava do mais velho. Criança não tem hora pra adoecer. Enquanto esperava o mais novo. Criança não tem hora pra chegar.
Internalizou toda a dor e todo o cansaço. Se acostumou a não incomodar.
Aceitou cada contração, viveu serenamente seu trabalho de parto. De coração aberto, se entregou.
Na hora certa, se deixou descontrolar. Libertou a leoa que vive dentro dela. Rugiu. Pariu.
Lambeu sua cria mais nova, acolheu a mais velha, abrigou toda a família debaixo de suas asas e voltou a ser: mar calmo, vento leve, fogo brando… Thamires.

O nascimento da Malu – Dani & Saulo

 

Sonhar, planejar, arquitetar…

Construir é edificar sob sólidos pilares, tijolo a tijolo até o resultado planejado.

É com as verdades, sob nosso ponto de vista, que solidificamos em fortes pilares as expectativas sobre o nosso parto. Afinal, achamos que nos conhecemos muito bem… até parir…

Escrever um plano de parto é um dos importantes passos para uma vivencia respeitosa. E rasgá-lo é o passo mais importante para que seja transformador.

Não existe solidez no parto. Os pilares estão lá para serem quebrados. O desafio é justamente se des-construir, virar ruínas e pó, e então deixar-se transformar.

Quem viveu esse parto viu que a palavra que o simboliza é: DES-CONS-TRU-ÇÃO. O que ninguém imagina é como foi para ela se desconstruir e jogar por terra tudo o que foi planejado.

Dani destruiu sua velha casa a marretadas, quando precisou mudar a rota não titubeou, deixou-se virar ruínas, se entregou, sem pose e sem pudor, rasgou o plano, quebrou os pilares, mudou a rota, fluiu…

Dani e Saulo, se desconstruíram juntos, fluíram, se fortaleceram, se complementaram. Força, beleza e amor. Agora são uma casa nova e uma casa cheia, porque abriga dentro de si o seu maior tesouro: Malu.

O nascimento da Helena

Helena, inesperada…

Em casa, parecia não faltar nada. Seis meses da Duda – que reinava absoluta e revolucionava. Enquanto Helena, anunciava sua chegada. Foi abrindo um espaço que sequer imaginava.

Helena, tão esperada!

Do grego Helené. De heláne, tocha. E então, Hélê, raio de sol. Helena é luz. É o raio de sol que precisava, pra florescer terra irrigada. Só podia brotar amor.

Helena, brisa. Duda, furacão.

Como pode uma mulher abrigar no mesmo ventre elementos tão diferentes? É que pouca gente sabe, Renata mora naquele olhar suave, mas dentro dela mora um tufão.

O nascimento do Pedro – Grazy & Bruno

 

Entre os estados de consciência e de animalidade. Entre as evidências científicas e um corpo que evidentemente grita. Entre a enfermeira e a mulher. Entre tirar o jaleco e despir a alma.
– Entre o alívio e mais uma contração –
Intervalo marcado no relógio. Rígido como o trotar de um cavalo: conta minutos, centímetros, mede batimentos cardíacos, pede auscuta, pede toque, pede pra parar.
Perde o limiar entre o saber e o controlar.
– Respira. Lá vem outra contração –
Entre o desistir e a maior garra do mundo…
… se entrega, desliga o neocórtex, range os dentes, vira onça.
Fecha os olhos, abre os braços, joga fora o paraquedas, se atira lá do alto… voa!
Recebe o bebê entre as próprias pernas, esquece o apgar, olha pra ele, sorri, chora e diz que faria tudo outra vez.