O olhar sobre o nascimento está mudando. O movimento de humanização tem batido na tecla de relevantes questões como a importância da amamentação na primeira hora de vida do bebê, a chamada Hora de Ouro.
Ainda hoje, o atendimento padrão incentiva a retirada do bebê de perto da mãe assim que ele nasce para procedimentos, muitas vezes, adiáveis ou desnecessários como dar banho, aspirar e aquecer.
Porém, baseando em recomendações da OMS e do Ministério da Saúde, cada vez mais tem-se priorizado o contato e amamentação do bebê na primeira hora de vida, em detrimento a esses procedimentos desnecessários.
O contato pele a pele na hora de ouro reforça o vínculo afetivo entre mãe e filho e traz outros importantes benefícios.
“O contato do recém-nascido com o seio materno, mesmo que não haja sucção, promove uma descarga de oxitocina e assim traz sensação de calma para mãe e bebê e facilita a descida do leite. Além disso, esse contato aumenta as chances da mãe amamentar por um período prolongado” – ressalta a Ginecologista e Obstetra Patrícia Ribeiro Pinto Furieri.
Importante lembrar que esse primeiro leite, chamado colostro, o “ouro líquido”, funciona como uma primeira vacina, protegendo o bebê de diversas infecções, além de ajudar o intestino a amadurecer e funcionar melhor.
No mais, a liberação da oxitocina, também conhecida como “Hormônio do Amor”, auxilia as contrações uterinas, ajuda na expulsão da placenta e diminui os riscos de hemorragia puerperal.
Como não bastassem os benefícios relatados, a pediatra neonatologista Mariah Fonseca, ainda pontua que o aleitamento na primeira hora de vida diminui as chances de o bebê apresentar hipoglicemia neonatal, promove melhor sucção, desenvolve a cavidade oral e diminui as chances do bebê usar chupeta.
Sendo assim, em princípio, não há motivos para que se separe mãe e bebê. Amamentar na primeira hora de vida é um direito, é um dever, é um ato de amor.
Karol Felicio – Jornalista e Fotógrafa de Parto