{O Nascimento do Miguel} – Priscila e Leonardo – Parto Humanizado – Karol Felicio Fotografia de Parto

 

Canal, instrumento de manifestação da natureza, quatro elementos, força pulsante, dentro da energia serena que emana dela.

Se você estiver aberto, não passará em vão por ela. Conexão direta com a terra, finca mas não se apega. Quando sopra o vento, sente no rosto, arrepia a todos. Como a água se deixa fluir. E do fogo? Ela não queima, aquece. Com o olhar, sorriso e o abraço mais acolhedor que você poderá sentir.

Eu sabia que não sairia ilesa desse parto. Gratidão, Pri!

Irmãos no trabalho de parto, pode? 15 imagens para morrer de amor!

Irmãos no Trabalho de Parto

 

Hey, querid@s! Hoje vou falar de um tema que eu AMO fotografar: irmãos na cena do parto. Porque essas criaturinhas trazem tanto amor e alegria que é impossível não render deliciosos momentos para registrar.

E será que é bom para uma criança assistir o nascimento do irmão? Ver a mãe em um trabalho de parto pode ser traumático? Será que pode? A psicóloga perinatal Bianca Martins diz que sim, com algumas recomendações.

 “A criança pode participar? Pode. Primeiro, desde que ela queira. Segundo, desde que ela tenha sido preparada pra isso. Terceiro, há que se considerar a idade dela. Uma criança muito nova, numa situação de expulsivo, pode ser complexo.  E quarto, que essa criança tenha uma pessoa para cuidar dela também”

E completa  “As crianças que não querem participar tem que ser respeitadas, as que querem, tem que ser preparadas, de uma forma lúdica, para que possam  entender o processo da dor. A família tem que se preocupar em ter mais alguém para cuidar dessa criança na cena do parto. É muito importante que essa criança tenha alguém cuidando dela porque é uma situação em que tudo o que ela vai vivenciar precisa de elaboração. A gente não  sai ileso de uma cena de parto, a criança também não. Alguém preparado, que entenda o processo de parturição, alguém da família, um avó, uma avó, uma tia, uma prima.  Qualquer coisa do universo dos adultos, se a criança está perto ela precisa estar acolhida”.

E esse foi exatamente o cenário que a Camille Teixeira narrou:

“Na verdade a vontade de participar partiu deles. Eu fiquei preocupada de em algum momento eles entenderem que eu estava sofrendo. Então eu coloquei alguns vídeos de parto humanizado e fui explicando cada momento. Falando ‘vai ter horas que a mamãe vai chorar, vai gritar, vai ter sangue, mas tudo isso faz parte’, que era pro irmão deles nascer, então foi bem natural. A única coisa que eles mesmos decidiram que não queriam participar foi no hospital (já no expulsivo) e foi o que a gente fez. Assim como eles decidiram que queriam cortar o cordão e foi tudo muito natural e muito emocionante. Eles adoraram, chegaram na escola a primeira coisa que eles contaram foi que viram o irmão nascer, que cortaram o cordão…”

Agora, sem mais delongas, vamos nos deliciar com 15 momentos incríveis de irmãos acompanhando trabalho de parto, parto e pós-parto imediato. Continue reading “Irmãos no trabalho de parto, pode? 15 imagens para morrer de amor!”

Cordão umbilical: a hora certa de cortar

 

Corte do cordão umbilical - Foto: Karol Felicio
Rodrigo, se preparando para cortar o cordão umbilical do filhote, Samuel.

 

Entre os detalhes aos quais nunca antes se prestou tanta atenção, a hora certa de cortar o cordão umbilical tem ganhado atenção especial. O fato é que o corte precoce do cordão, impede que o bebê desfrute de diversos benefícios.

Um estudo realizado pelo Instituto de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo mostra que o corte ou clampeamento tardio do cordão garante mais absorção de ferro para o bebê. O que reduz as chances de anemia nos primeiros meses de vida do bebê

“Esperar pelo menos 03 minutos para o corte do cordão ou até que ele pare de pulsar garante que o bebê receba mais sangue da mãe, o que previne a anemia do recém-nascido e até essa criança completar 02 anos”, garante a neonatologista Delza Lucia Marim de Menezes.

 

Corte do cordão umbilical - Foto: Karol Felicio
Na foto, a própria mãe, Crislaine Mayer, cortando o cordão umbilical.

 

O bebê, dentro do útero, recebe oxigenação pela placenta e quando nasce esse sistema muda e o bebê passa a respirar pelos pulmões. É importante que essa transição seja feita de maneira segura e aí o clampeamento ou corte tardio do cordão ganha mais um ponto. É preciso garantir que esse bebê esteja preparado para respirar fora do útero.

“O corte ou clampeamento tardio ajuda o bebê respirar melhor depois do parto. E isso pode ser feito tanto no parto normal quanto na cesariana”, acrescenta a neonatologista.

 

Corte do cordão umbilical - Foto: Karol Felicio
Papai Bruno cortando o cordão umbilical, depois de ter parado de pulsar.

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{O nascimento do Luca} – Camille & Juliano – Parto Humanizado –

 

É como se os bebês chegassem com uma caixa de presentes imaginária… uma caixa chamada missão.

Luca chegou. Tantos presentes ele vem trazendo… e terá uma vida para entregá-los.

Mal precisou-se abrir o laço. O anunciar de sua vinda já foi ombro, colo e abraço.

Luca permaneceu, como se dissesse, “Confia. Eu vim mesmo pra ficar”. E ficou.

E com ele uma família renasceu. Renasceu em amor, fé, alegria e esperança.

Todo bebê é um pequeno milagre de Deus. Ninguém explica mesmo… Ninguém explica.

Luca, seja essa luz 

 

O nascimento de Alina – Allana & Eduardo – Parto Humanizado – Karol Felicio Fotografia de Parto

Silenciar pra ajeitar as coisas no porão da nossa alma. A gente segue silenciando, pra poder seguir em frente.

Segue organizando – às vezes até entulhando – caixa sobre caixa, em gavetas que a gente já até perdeu a chave. Às vezes tem tanta coisa guardada…

[O grito]

O grito é uma lança afiada que vem estilhaçando silêncios e derrubando todas as caixas, subindo a poeira, arrebentando gavetas e escancarando as portas e janelas.

Grito é liberdade, amor e cura.

Tem dores que urgem serem gritadas, porque às vezes, dentro da gente, não tem nada mais ensurdecedor que o silêncio.

{O nascimento da Giovana} – Parto Domiciliar

 

Dor é coisa de cada um. Por aqui, parir não é tabu. As crianças chegam quando tem que chegar.
Quem vier com amor já pode entrar. Deixa as coisas na sala, passa um café, deita na rede.
Todo mundo em casa. Afeto aqui é coisa que não falta.

As meninas estão dormindo, amanhã tem aula. Mas se acordar, vem se juntar. Tem uma geração de mulheres e uma rede de apoio pra acompanhar.
Energia Feminina. Vovó acorda a tempo de ver Giovana chegar. Desculpa, pai, não deu pra te esperar.

Já tem cheiro de pão de queijo. Passa mais um café, arruma a mochila, que o sol raioi e o dia precisa recomeçar.
Giovana já é de casa. Liga a TV e dá um cantinho do sofá.

O nascimento da Betina – Juliane e Neto – Parto Humanizado

 

Preguiça de gato em raio de sol.
Cozinha com cheiro de alho refogado.
Hortelã pimenta no quarto.

Da porta pra dentro, outra dimensão.
– Sândalo com patchouli –
Sob o olhar atento de Bastet. Deusa da fertilidade.

“Se a cabeça está aqui, onde está o coração?”. Auscuta.
Fragmentos de poder e suavidade.
Em tudo, espiritualidade.

Ronronar de prazer.
Elegância felina.
Sensualidade.

Movimentos atentos.
E o arrepiar dos pelos das costas.
Alerta no gatil.

Entardece. Anoitece.
[Hiato temporal]
Exaustão e movimento. Noturnos hábitos.

Briga entre o tempo e quem tenta controlá-lo.
Madrugada adentro.
Amanhece.

Aceita. Muda a rota. Confia.
Energia, vida, amor e paz. Mãos postas.
Betina vem – fecha os olhos, ri, chora. Agradece.

Karol Felicio – Fotopoesia de Parto

O nascimento do Mateus – Mariana – Parto Humanizado

 

Quando a gente deita o pescoço sobre o ombro de alguém,
E quando a gente encosta a lateral do rosto com a lateral do outro…
Quando nossos corpos estão colados e os pés flutuam e a gente não quer que essa música acabe nunca…
É lindo. É uma dança. Uma valsa, um xote, um samba… é o ultimo tango em Paris… É parir!
Sim, para a Mariana parir é dançar aquela música que a gente não quer que acabe. É tão especial

O nascimento do Pedro – Thamires e Felipe – Parto Humanizado

 

Mar calmo, vento leve, fogo brando… Thamires.
Não carrega mais a ansiedade e os exageros das mães de primeira viagem. Já se livrou do excesso de bagagem. Tem a serenidade e doçura na medida certa. Guarda sua família debaixo das asas, como uma velha matriarca, por trás do seu rosto de menina.
Viveu seus prodromos enquanto cuidava do mais velho. Criança não tem hora pra adoecer. Enquanto esperava o mais novo. Criança não tem hora pra chegar.
Internalizou toda a dor e todo o cansaço. Se acostumou a não incomodar.
Aceitou cada contração, viveu serenamente seu trabalho de parto. De coração aberto, se entregou.
Na hora certa, se deixou descontrolar. Libertou a leoa que vive dentro dela. Rugiu. Pariu.
Lambeu sua cria mais nova, acolheu a mais velha, abrigou toda a família debaixo de suas asas e voltou a ser: mar calmo, vento leve, fogo brando… Thamires.

O nascimento do Samuel – Parto domiciliar

 

Fluidez… Moça de riso fácil e aparentemente despretensioso. Eu observo. A Isa transita. Falamos sobre o parto enquanto ela passeava entre interlocutores, respondendo aqui e ali, como não se prendesse muito a nada, como se não estivesse muito preocupada.
Entendi durante o parto, no dia seguinte. Despreocupação de quem bem sabe de quem estava cercada. A começar pelo Digo, história de pelos menos 10 anos atrás – e olha que eles só tem 27… mas parece que são parceiros há algumas vidinhas passadas… pra completar uma equipe de doulas e parteiras… uma orquestra de parto.

Sim! Como fossem músicos tocando juntos pela primeira vez e se descobrindo uma orquestra. Não teria sido mais encaixadinho se fosse ensaiado. Perfeita. Isa, mulher como regente. Isa vocalizava com maestria. com notas mais agudas ou mais graves, em melodia mais lenta ou mais apressada. Fazendo a gente respirar fundo ou então perder o ar. Fazendo nosso coração palpitar. E foi vocalizando – suave… baixo… mais forte … gostoso … intenso … nervoso … dramático … até ecoar, reverberar e trazer Samuel. Até se conhecerem e se reconhecerem naquele quarto quentinho, escurinho, protegido, cheio de amor e com cheiro de parto.